Review:Dark Souls 2

E aí crianças! Sentiram falta do tio Kurogami?

Aposto que não.

Seus ingratos.

Bom, como apenas eu sou foda o bastante pra fazer essa cobertura, tou aqui pra resenhar Dark Souls 2 gme lançado para Ps3, Pc e xbox 360. Aos fãs dos dois jogos anteriores da série, é importante lembrar um detalhe: o diretor Hidetaka Miyazaki, que foi responsável antes, apenas supervisionou esse. Ele está ocupado trabalhando em Bloodborne, também conhecido como “Project Beast”, ou Beast Souls, como ele foi apelidado (que vai ser exclusivo para o PS4 então talvez eu FINALMENTE tenha uma desculpa pra desejar o bendito console). Então o nível de qualidade inevitavelmente acabou baixando um pouco.

É o jogo mais fraco da série, pra dizer a verdade, mas “mais fraco da série Souls” ainda é infinitamente melhor que muitos dos jogos blockbusters como Battlefield ou Call of Duty.

História: A premissa do jogo é a seguinte. O seu personagem é um Undead, um morto-vivo, em uma jornada em busca da cura para sua maldição, que vai lentamente consumindo a sua humanidade até transformá-lo em uma criatura insana e vazia, um Hollow. Ele não pode morrer, mas a maldição irá corrompê-lo se ele não fizer nada. Enfim, durante sua jornada, a pobre e desfigurada criatura acha uma pista de um portal para uma terra que pode conter a cura, e como um peido fedido não é nada pra quem já tá borrado, ele pula nesse portal, apesar de ele lembrar um turbilhão em alto-mar. Ele se encontra em um lugar distante e, depois de zanzar um pouco por aí, ele encontra uma casa com três bruxas. As bruxas em questão lhe devolvem a “identidade” que ele tinha esquecido antes de pular no portal (ou seja, você constrói seu personagem a partir dali) e mandam você se escafeder dali, em busca de almas pra satisfazer a necessidade da maldição. Depois de passar pela área tutorial do jogo, você chega a uma vila insignificante onde você encontra a Arauto Esmeralda, uma mulher misteriosa que recomenda que você procure o antigo rei. Como desgraça pouca é bobagem, para poder chegar ao rei você precisa conseguir as almas de quatro grandes feras que guardam o caminho para o castelo… e chegando lá, depois de comer o pão que o diabo amassou e esfregou na bunda, você ainda descobre que o miserável não está no castelo, mas em uma cripta! E pra piorar, ele também virou um Hollow peladão. A Arauto acaba explicando mais adiante (depois que você zanzar um tempo sem saber pra onde ir com o anel do rei no bolso) que o rei foi traído pela rainha, que na verdade era uma feiticeira poderosa, e que você precisa matá-la pra se tornar o novo rei de Drangleic. Esse é o resumo da história QUE O JOGO TE CONTA, mas a descrição dos items do jogo vai mais além, mas já dei spoilers suficientes aqui.

NOTA: 6,5 pelo esforço. Seria 7,5 se eu não tivesse que ficar catando TODO SANTO ITEM DO JOGO pra ler a descrição e montar a história sozinho!

Som: Uma coisa que eu nunca compreendi muito bem é por que apenas o hub, ou ponto principal do jogo, e os chefões possuem música de fundo. São músicas belas e bem orquestradas, de fato, mas devido ao que está acontecendo ao seu redor, na maioria das vezes você não tem tempo de apreciá-las. As músicas de chefões são bastante parecidas umas com as outras, infelizmente; no geral, elas acabam tendo um impacto reduzido devido à sua mente se ocupar demais pensando “PQP OLHA O TAMANHO DESSE BOSS SOCORRO ALGUÉM ME AJUDA” ou “lá vamos nós tentar matar o chefão DE NOVO”.

NOTA: 8,0, porque a música É bela, quando você para pra apreciá-la.

Gráficos: Ah, aqui chegamos a um ponto que já é questão de contenção pra muitos chorões há tempos. Antes de mais nada, deixem eu explicar um rápido detalhe do gameplay pra vocês. O jogo tem um sistema de de iluminação no qual você pode acender uma tocha no bonfire, e isso te ajuda a explorar (apesar de custar sempre seu uso do escudo). Durante o trailer antes do jogo sair, muita gente se empolgou com gráficos que usavam texturas avançadíssimas e efeitos de luz dinâmica que fariam inveja a grandes produções Hollywoodianas. O que esse povo esqueceu é que um trailer e a realidade de um jogo NUNCA se encontram. NUNCA. O resultado final do jogo sempre sofrerá, porque hoje em dia jogos são desenvolvidos pra serem lançados da forma mais imediata possível, mesmo que finalizados pela metade. E isso gerou uma ONDA de gente mimimizenta dizendo que os gráficos de Dark Souls 2 estavam horríveis, e choramingando que a FROM Software tinha enganado a todos, e que esse downgrade nos gráficos atrapalhava a jogabilidade.

Deixa eu esclarecer uma coisa pra vocês. Bem ou mal, o PS3 e o Xbox 360 já tem uma certa idade. Desde o começo, qualquer um com meio cérebro SABIA que eles não teriam os melhores gráficos. E devido à natureza inconsistente dos PCs (no sentido de que os hardwares deles não possuem uma configuração linear), a FROM foi obrigada a realizar uma conversão mais ampla. (Não, não foi uma conversão chinela como o primeiro port de Dark Souls. O pessoal dos PCs teve que esperar um mês a mais pra poder por suas mãos no jogo.) Se você é uma graphics whore do caraleo, compre a versão do PC, instale os zilhões de mods de embelezamento que tão livres por aí e não encha minha paciência. E não, os gráficos “piorados” não tornam a experiência, no geral, pior. Grande parte dos mods parece ser direcionada a tornar o jogo MAIS ESCURO. Porque combater onde você consegue enxergar é para os fracos.

NOTA: 11. Só pra irritar os graphic whores. (8,0 pra ser realista.)

Gameplay: É mais fácil eu citar no que o gameplay diferencia do jogo anterior. Antes de mais nada: seus inimigos tem vidas limitadas. Se você matar um oponente, passar pela mesma área (depois de morrer ou depois de se teleportar) e matar ele de novo, e de novo, etc. umas quinze ou vinte vezes (varia de inimigo pra inimigo e de área pra área), o inimigo PARA DE DAR SPAWN. Alguns inimigos são do tipo que você só precisa matar uma vez. Eles costumam ser raros. De qualquer forma, isso limita a sua capacidade de farmar almas ou drops. A não ser, é claro, que você use Bonfire Ascetics, itens razoavelmente raros (que mais tarde você pode farmar) e que restauram os seus inimigos (e dependendo de onde você utilizá-los, o chefe da área, que você pode precisar matar de novo) ao seu estado natural… e também os torna mais difíceis, como se você estivesse iniciando um novo playthrough. Ele também reseta alguns items, mas não todos, o que possibilita farmar alguns itens mais difíceis de obter. Os atributos sofreram uma repaginada (agora existe um atributo chamado adaptability cujo único propósito é regular poise e defesa, e que também regula o quão longe o seu personagem rola/salta, e o quão rápido ele usa items ou lança magias, em conjunto com attunement), e as suas funções são razoavelmente mais claras. Mas o mais dramático é o sistema de morte. Agora, a cada vez que você morre, não só perde suas almas, mas também tem o HP reduzido em 5% por morte (máximo de 50%), que representa a progressão da maldição. Um item chamado Human Effigy restaura você de volta ao máximo, mas não tem a mesma utilidade das Humanities do jogo anterior, agora ou você é humano ou Hollow, não tem mais “acumular humanity” pra aumentar suas defesas. Fica a dica: existe um anel, que você pode conseguir mais de uma vez, que é quebrado quando você morre e faz com que você não perca suas almas OU tenha o HP reduzido, mas que depois custa 3000 almas pra reparar. Considerando que você precisa queimar Human Effigies pra evitar ser invadido se estiver jogando online, é uma pechincha andar por aí com esse anel sempre equipado. Finalmente, existe uma capacidade nova que se chama “power stancing”: se você estiver empunhando duas armas, e tiver atributos suficientemente altos (no mínimo 1.5 vezes mais altos que o mínimo necessário pra empunhar ambas as armas) você pode alterar a forma como seu personagem golpeia com as duas armas segurando o botão de empunhar a arma com as duas mãos. Bom para o pessoal que curte PvP.

Infelizmente, o PvE ficou um pouco repetitivo. Muitos chefes são basicamente humanóides grandalhões com armas pesadas. Alguns foram reciclados do primeiro jogo, na cara dura mesmo (ironicamente, uma das melhores batalhas com chefão é reciclada). Pelo menos, quando você entra no NG+ em diante, o jogo adiciona alguns inimigos em pontos que antes eram livres, e algumas coisas não são obtíveis no primeiro playthrough, o que faz com que você tenha boas surpresas até lá, e melhora um pouco o fator replay. Como eu não curto muito PvP e esse nunca foi o foco da série, acredito que essa seja uma troca ruim, apesar de no geral eu apreciar o quanto os controles se mantém sólidos, tirando raros momentos em que a câmera te põe em um ponto cego.

NOTA: 8,5

TOTAL: 8,5

Dark Souls 2 é um jogo sólido no geral, mas ele não me prendeu da mesma forma que o primeiro Dark Souls. Me parece que ele expandiu em alguns pontos e direções interessantes, apesar de ter deixado algumas coisas importantes para trás. E nisso fica claro que faltou o dedo mágico do antigo diretor.

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