Os anos 2000 foi a época em que contos e lendas nórdicas tiveram sua explosão na cultura em geral: através de livros, videogames e principalmente o cinema (os RPG´s já faziam isso desde seu principio), indo de Shrek à O Senhor dos Anéis passando por Harry Potter, além de outras tentativas (algumas frustradas) de emplacar um sucesso com esse tema. Ainda existem franquias que perpetuam o tema, como Guerra dos Tronos, o que é bem interessante, mas infelizmente nem toda empreitada merece consideração, é fato que produzir obras de temática épica e afins não é tarefa fácil. No entanto, às vezes não fazer nada pode ser melhor do que fazer algo desastroso, e acreditem, é o caso de Vikingdom de Yusri Abd Halim.
Ok, alguns filmes acabam se salvando por ter um bom roteiro, que é essencial numa produção, mesmo que o resto não seja tão bom, mas pior que uma história ruim é tentar emular outras histórias e Vikingdom o faz até exaustão, estão la: Fúria de Titãs, O Senhor dos Anéis, Dungeon & Dragons, A Odisséia, 300, entre outros. O filme começa com a morte do protagonista, o rei Erick, que reinava sobre o povo viking, repassando o trono para seu irmão mais novo. Somos então apresentados ao evento do “eclipse de sangue” que ocorre a cada 800 anos, e é nesse momento que é aberto o portal entre os três mundos Valhala (paraíso), Midgard (Terra) e Helhein (submundo). A humanidade acaba trocando a fé nos deuses nórdicos pela fé cristã, o que não agrada muito os senhores de Asgard, sendo assim Thor (que parece tirado de um programa de Telecath com crepom no cabelo) o filho de Odin, resolve por um fim ao cristianismo (!) e punir os homens por sua insolência, abrindo o portal do “eclipse de sangue” para unificar os mundos, destruir a humanidade e dominar a Terra (sério?). Mas o rei Erick não está morto, nosso herói foi ressuscitado pela deusa Freyja por quem sempre nutriu um amor -recíproco- e, para deter o perverso plano do Deus do trovão, o deus Frey -irmão de Freyja- vai ao encontro de Erick, que está exilado, e o envia na grandiosa missão de deter Thor. Erick começa a recrutar a sua “paty”, começando por Svem como seu braço direito, o pseudo chinês Yang (sério, até agora não sei o que ele faz la!) e alguns outros guerreiros que você veria em qualquer RPG por ai e, claro, uma mulher destemida que sozinha da conta da metade do elenco de apoio (típico). Unidos os guerreiros devem encontrar o mago Alcuin, que nada mais é que um mago genérico (como Merlin ou Gandalf) que os guiará para obterem o chifre do mundo dos mortos, que deve ser tocado no local certo do portal entre os mundos na hora do eclipse para enfim deter o asgardiano e salvar a Terra.
No demais é bem fácil de adivinhar, a produção é bem fraquinha, ainda mais para esse tipo de filme, metade do elenco parece que veio de um show do Angra ou do Blind Guardian, a outra metade de uma luta de MMA. No filme é tudo tão previsível e mal-pensado que a vontade é de largar o filme na metade. Não vale nem como Sessão da Tarde, recomendo apenas se você realmente não tiver nada pra fazer. Ou vá jogar um Magic ou D&D e passe bem longe de Vikingdom!