Review: Disgaea D2 – A Brighter Darkness

 

MWAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA. Oi pessoas, aqui é o Kurogami com mais uma review de um jogo que só quem é muito foda/hardcore vai acabar jogando (sejamos sinceros, a Nippon Ichi Software é desprezada – sem merecer – por muita gente que tá ocupada demais jogando PES e Battlefield. VERGONHA ALHEIA MODE ON!).

 


O jogo da vez é Disgaea D2 (Dimension 2) – A Brighter Darkness!

Gráficos – 9,0

Se você comprou este jogo esperando uma experiência ultrarreal vai se decepcionar. Todo mundo que conhece a franquia Disgaea, ou qualquer jogo da Nippon Ichi (os desenvolvidos por ela), sabe que eles não se atêm à gráficos como um ponto de venda. Os personagens são todos sprites 2D (extremamente bem-animados, por sinal), estilo anime (DERP).

Contrário ao que acontecia em jogos anteriores da franquia, agora você não tem mais a opção de trocar os sprites de alta resolução para baixa definição, algo que os saudosistas podem considerar péssimo. “Pô Kurogami, mas tu é um chato mesmo, nem pro jogo que tu ama tu dá nota 10 em algo!” Se não gostou, pode reclamar com meu assistente, o Sr. Mid Dolfinger. O fato é que, em certos momentos, os detalhes dos sprites atrapalham um pouco a jogabilidade. Todas as unidades do jogo ocupam o mesmo “espaço”, em termos de jogo. Entretanto alguns sprites possuem diferenças muito grandes em tamanho de um para outro (o que vale especialmente para unidades inimigas em comparação com as suas unidades). Isso vale PRINCIPALMENTE quando você destrava a habilidade de tornar o Item World “menor” pra facilitar suas viagens nele, pois uma unidade menor pode estar cercada de outras unidades maiores, e graças a isso ficar efetivamente invisível…

 

Jogabilidade – 10

Jogabilidade sempre foi o ponto alto na série Disgaea. Contrário a certas franquias que não se renovam NUNCA como Battlefield, PES, GTA e etc, Disgaea introduziu elementos de gameplay novos a cada jogo. Em Disgaea 2 vimos aparecer os piratas do Item World; em Disgaea 3, o Class World; em Disgaea 4, Dual Magichange, Fusion e Giant Magichange; e agora, em Disgaea D2, vemos aparecer o sistema de relacionamentos de personagens, além do sistema de montarias e do Cheat Shop. É mais fácil citar o que mudou em relação aos jogos antigos do que explicar os sistemas um por um, então vamos por partes.

Os personagens agora não tem mais chances de atacar em conjunto baseado nas suas classes e porcentagens ou num sistema oculto. Agora, os personagens tem um status que determina o quanto eles “gostam” uns dos outros, ou seja, se eles vão atacar em conjunto ou não. Usar magias benéficas ou ataques em conjunto bem-sucedidos aumenta essa estatística. Independente de ser um ataque comum ou uma skill especial, suas unidades sempre dão counter, a não ser que não tenham counters sobrando ou a arma não possibilite counter.

Não existe mais a Magichange. Agora seus personagens humanos podem “montar” em monstros (como se fossem cavalos). A unidade que resulta utiliza os atributos defensivos e movimento do monstro, mas não pode usar as skills dependentes de arma (ou skills únicas) de nenhum dos dois. Esse sistema abre uma série de possibilidades interessantes, como utilizar uma unidade monstro mais rápida para movimentar um personagem com menos movimentos, ou socar a “montaria” com itens defensivos e botar um mago bombadão em cima. (E sim, você pode “montar” em unidades como Succubus e Nekomatas).

O Item World não tem mais um limite. Agora, se você atingir o nível 30 de um item comum, ele vira raro, e você pode subir 60 níveis nele. Se conseguir, ele vira lendário e você pode subir mais 100 níveis nele então pode repetir o processo indefinidamente (muito embora chegue um ponto em que só subir os andares não dá mais bônus para o item). Você não precisa mais tentar catar uma versão lendária da melhor arma/armadura para conseguir os melhores itens ou para melhorá-la, e agora não precisa mais matar os item generals duas vezes. Não há mais elementos aleatórios que interfiram na sua capacidade de criar os melhores itens possíveis.

Apesar do nome, o Cheat Shop não serve para “trapacear” e sim para alterar certos aspectos do jogo. Para quem se lembra de ficar passando horas na Dark Assembly para os inimigos ficarem mais fortes ou fracos, agora você pode ajustar as dificuldades só batendo um papo rápido com um NPC! Dessa forma você também pode controlar certos aspectos do Item World para facilitar quanto a melhora seus itens.

Agora, além da Land of Carnage, também existe o “Rasetsu Mode”. O Rasetsu Mode, basicamente é a Land of Carnage modificada. Quando você mata um monstro com o modo LoC ligado, você absorve uma pequena porcentagem dos status dele. O Rasetsu Mode multiplica os status dos inimigos, e quebra certos “limites” do jogo, permitindo que você torne suas personagens ainda mais apocalípticos, com um aumento de dificuldade à altura.

Existe uma sala nova chamada “Demon Dojo” em que você pode colocar os personagens em certas formas de “treino” que focam melhor os seus atributos conforme sobem de nível, ou fazê-los ganhar mais experiência. Também tem o uso de (o melhor) maximizar as aptidões de equipamentos.

De maneira geral, transformar os seus personagens em máquinas mortíferas ficou muito mais simples. O jogo nem sequer tem Game Over, ou seja, se você perde uma batalha (com a exceção de algumas batalhas durante a história do jogo), você simplesmente volta para a sala principal, e não perde nadinha. Um aspecto preocupante (mas com o qual eu não me deparei) é que algumas pessoas toparam com bugs que congelam o jogo quando usam algumas skills. Via de regra, aqueles que mais viram esses bugs aparecerem, compraram as versões digitais do jogo (eu tenho a versão européia em disco e nunca tive esse problema). A Nippon Ichi está corrigindo esse problema.

História – 7,5

Sou obrigado a admitir: em termos de história, este Disgaea é um dos mais fracos da série (muito embora ainda seja melhor que Disgaea 2). O humor ainda é muito presente no jogo, existindo momentos em que você vai se dobrar de tanto rir. No entanto, Disgaea D2 não tem um momento “PORRA, NIPPON ICHI…”. Explicando: em todos os jogos anteriores a história sempre começava bem humorada, e aos poucos ela ia ficando cada vez mais pesada, ou mais misteriosa. E aí, em um dos capítulos finais, a história dava uma guinada violenta de 180 graus e você ficava ali, com o coração na mão, segurando as manly tears e pensando “PORRA, NIPPON ICHI…”. Cada jogo tinha um clímax muito bem definido, um ponto alto da história inegável. Este não tem.

Resumo da história deste jogo: Laharl assumiu o título de Maou depois de descer a porrada em muita gente, mas os demônios do Makai ainda não o respeitam. Ele então tem a brilhante ideia de espalhar estátuas suas pelo Makai (e manda a Etna fazer o serviço), descobrindo que existe uma facção de demônios fanática pelo seu falecido pai que não o considera digno do trono e que planeja derrubá-lo e instalar um fantoche no lugar. Ao mesmo tempo o Makai está em crise: a paisagem infernal do lugar está sendo, pouco a pouco, tomada por flores nativas do Tenkai (o reino dos anjos, pra quem não jogou com o áudio em japonês). Essas flores do Tenkai parecem estar mudando os demônios que estão absolutamente bravos à respeito. Como se não bastasse, os anjos descem ao Makai para investigar o misterioso fenômeno e começam a desaparecer. Combinado com a raiva dos demônios (que acham que os anjos estão por trás disso tudo), os eventos podem acabar levando a uma guerra entre anjos e demônios.

Som – 8,5

Você conhece alguma trilha sonora da Nippon Ichi? Não? Continuando sua tradição de altíssima qualidade, Disgaea D2 tem a opção de áudio em japonês e só isso seria o bastante para uma nota 8, porque as dublagens em inglês são horríveis. “Mimimi mas aí eu não entendo o que eles tão falando” leia a legenda, é mais realista e você ganha conhecimento. Bom, deixando meu nerdrage um pouco de lado, as músicas são em grande parte remixadas ou remasterizadas de outros títulos da Nippon Ichi. O que não é ruim pois as trilhas sonoras da Nippon Ichi são muito boas. Infelizmente, eu esperava ouvir algumas músicas novas, e graças a isso preciso diminuir a nota no quesito som.

Nota final – 8,75

Como sempre, a Nippon Ichi não falhou em nos trazer mais um excelente SRPG. A “fórmula” pode até estar ficando um pouco antiga, mas nem por isso o jogo se tornou uma cópia repetitiva dos seus antecessores. Por menores que sejam os detalhes alterados, cada um faz diferença. Na minha opinião, a NIS conseguiu o que muitas outras empresas sonham: criar uma franquia com uma fórmula básica que faz com que aquilo que você joga sempre te traga um bom sentimento em relação aos seus antecessores SEM fazer um copy-paste excruciante.

Um abraço a todos, bom final de ano!

 

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